Logo Trabalho Justo
Capa do post: Demissão sem justa causa: As 12 verbas esquecidas que podem te dar R$ 80 mil de indenização

Demissão sem justa causa: As 12 verbas esquecidas que podem te dar R$ 80 mil de indenização

Equipe Trabalho Justo

20 de junho de 2025

10 min de leitura


Ser demitido sem justa causa pode representar uma oportunidade de receber valores significativos em verbas rescisórias, mas apenas se você souber exatamente quais são todos os seus direitos e como garantir que sejam pagos corretamente. A realidade é que muitos trabalhadores brasileiros deixam de receber valores que lhes são devidos simplesmente porque desconhecem a extensão dos seus direitos ou porque não verificam adequadamente os cálculos apresentados pelas empresas.

Existe uma verdadeira fortuna escondida nas verbas rescisórias que pode facilmente chegar a oitenta mil reais ou mais, dependendo do seu salário, tempo de serviço e das violações que a empresa cometeu durante o contrato de trabalho. O problema é que muitas empresas contam exatamente com a sua falta de conhecimento para pagar apenas as verbas mais óbvias e "esquecer" propositalmente de uma série de outros direitos que podem multiplicar exponencialmente o valor da sua rescisão.

A estratégia empresarial para roubar suas verbas rescisórias

Existe uma estratégia muito bem orquestrada que empresas desonestas utilizam para roubar sistematicamente as verbas rescisórias dos trabalhadores demitidos, e o mais perverso é que elas fazem isso de forma tão sutil que a maioria das pessoas nem percebe que está sendo roubada. Essas empresas conhecem perfeitamente todos os direitos que deveriam pagar, mas apostam na sua ignorância e na sua pressa em receber o dinheiro para economizar milhares de reais às suas custas.

A primeira tática é apresentar um cálculo de rescisão aparentemente completo, mas que na verdade omite várias verbas importantes ou calcula valores menores do que os devidos. Elas contam com o fato de que a maioria dos trabalhadores não conhece todos os seus direitos e aceita passivamente qualquer valor que seja oferecido, especialmente quando estão em situação de vulnerabilidade financeira após a demissão.

A segunda tática é criar pressa artificial para que você assine rapidamente o termo de rescisão sem conferir adequadamente os cálculos. Frases como "precisa assinar hoje para receber amanhã" ou "se não assinar agora, vai demorar mais para sair o dinheiro" são usadas para pressionar você a abrir mão de direitos que podem valer milhares de reais.

A terceira tática é usar linguagem técnica e cálculos complexos para confundir você e fazer parecer que tudo está correto, quando na verdade existem erros propositais que beneficiam a empresa. Muitos trabalhadores se sentem intimidados para questionar os cálculos apresentados pelo departamento de recursos humanos, especialmente quando são apresentados de forma aparentemente profissional.

As doze verbas rescisórias que podem transformar sua demissão em fortuna

Quando você é demitido sem justa causa, tem direito a uma série de verbas rescisórias que, quando somadas e calculadas corretamente, podem representar uma quantia surpreendentemente alta. O problema é que muitas empresas pagam apenas as verbas mais óbvias e "esquecem" propositalmente de outras que podem multiplicar significativamente o valor da sua rescisão.

A primeira verba é o saldo de salário dos dias trabalhados no mês da demissão, que parece óbvio mas muitas empresas calculam incorretamente, especialmente quando há horas extras, comissões ou outros adicionais envolvidos. Esse cálculo deve considerar não apenas os dias trabalhados, mas também todos os adicionais que você recebia habitualmente.

A segunda verba é o aviso prévio proporcional, que pode chegar a noventa dias dependendo do seu tempo de serviço. Muitas empresas ainda pagam apenas os trinta dias básicos, ignorando os três dias adicionais por ano trabalhado que a lei garante desde dois mil e onze. Essa diferença pode representar milhares de reais, especialmente para trabalhadores com muito tempo de casa.

A terceira verba são as férias proporcionais com terço constitucional, calculadas sobre os meses trabalhados no último período aquisitivo. Muitas empresas "esquecem" do terço constitucional ou calculam as férias proporcionais de forma incorreta, especialmente quando há mudanças salariais durante o período.

A quarta verba é o décimo terceiro salário proporcional aos meses trabalhados no ano da demissão. Aqui também é comum encontrar erros de cálculo, especialmente quando o trabalhador recebeu aumentos salariais durante o ano ou quando há verbas variáveis como horas extras e comissões que deveriam integrar a base de cálculo.

A quinta verba é o saldo do FGTS com a multa de quarenta por cento, que deve ser calculada sobre os depósitos realizados durante o contrato de trabalho atual. É importante esclarecer que a multa de 40% incide apenas sobre os depósitos feitos durante o contrato em questão, não sobre saldos de empregos anteriores, conforme entendimento consolidado na jurisprudência trabalhista.

As verbas esquecidas que podem dobrar sua indenização

Além das verbas básicas que a maioria dos trabalhadores conhece, existem outras verbas rescisórias que podem dobrar ou triplicar o valor da sua indenização, mas que são sistematicamente omitidas pelas empresas porque poucos trabalhadores sabem que têm direito a elas.

A sexta verba são as férias vencidas em dobro, quando a empresa não concedeu suas férias dentro do prazo legal. Se você tem períodos de férias vencidas, cada período deve ser pago em dobro, o que pode representar facilmente dez mil reais ou mais dependendo do seu salário e de quantos períodos foram violados.

A sétima verba são as horas extras não pagas com todos os reflexos em décimo terceiro, férias e FGTS. Se você fazia horas extras habitualmente mas não recebia o adicional correto, tem direito não apenas às horas extras em si, mas também aos reflexos que elas deveriam ter gerado em todas as outras verbas trabalhistas.

A oitava verba são os adicionais de insalubridade ou periculosidade não pagos, que também geram reflexos em todas as outras verbas quando são devidos. Muitos trabalhadores expostos a condições insalubres ou perigosas não recebem esses adicionais ou recebem percentuais menores do que os devidos.

A nona verba são as comissões e gratificações não pagas ou calculadas incorretamente, que também devem integrar a base de cálculo de todas as outras verbas rescisórias. Vendedores e outros profissionais que recebem comissões frequentemente são prejudicados nesse aspecto.

A décima verba é o adicional noturno para quem trabalha em horário noturno, que deve ser de no mínimo vinte por cento sobre as horas trabalhadas entre vinte e duas horas e cinco horas da manhã. Esse adicional também gera reflexos em todas as outras verbas trabalhistas.

As indenizações especiais que podem multiplicar sua rescisão

Além das verbas rescisórias tradicionais, existem indenizações especiais que podem ser devidas dependendo das circunstâncias da sua demissão e das violações que a empresa cometeu durante o contrato de trabalho. Essas indenizações podem transformar uma rescisão comum em uma compensação financeira extraordinária.

A décima primeira verba são os danos morais por violações de direitos trabalhistas, que podem variar de cinco mil a cinquenta mil reais dependendo da gravidade das violações. Situações como assédio moral, discriminação, condições degradantes de trabalho, negação sistemática de direitos ou retaliações podem gerar direito a essa indenização.

A décima segunda verba são as multas e penalidades por descumprimento de normas trabalhistas, como a multa do artigo quatrocentos e setenta e sete da CLT quando a empresa atrasa o pagamento das verbas rescisórias, ou multas por não fornecer documentos obrigatórios como o certificado de dispensa ou a comunicação de dispensa.

Além dessas, podem existir outras indenizações específicas dependendo da sua situação particular, como indenização por dispensa discriminatória se você foi demitido por motivos ilegais, indenização por acidente de trabalho se a demissão está relacionada a problemas de saúde causados pelo trabalho, ou indenizações por violação de normas de segurança e medicina do trabalho.

Como calcular exatamente quanto você tem direito

Para calcular corretamente quanto você tem direito a receber na sua rescisão, é fundamental que você reúna toda a documentação necessária e faça uma análise detalhada de cada verba individualmente. O primeiro passo é listar todos os seus direitos e verificar se cada um foi pago corretamente pela empresa.

Comece calculando as verbas básicas: saldo de salário, aviso prévio proporcional, férias proporcionais com terço constitucional, décimo terceiro proporcional e FGTS com multa de quarenta por cento. Para cada uma dessas verbas, verifique se a base de cálculo está correta, incluindo todas as verbas que têm natureza salarial como horas extras habituais, comissões, gratificações e adicionais.

Em seguida, verifique se existem verbas adicionais devidas como férias vencidas, horas extras não pagas, adicionais não pagos ou calculados incorretamente, e outras violações que possam ter ocorrido durante o contrato. Cada violação identificada pode representar milhares de reais adicionais na sua rescisão.

Use nossa calculadora trabalhista gratuita para ter uma estimativa de todos os seus direitos. Essa ferramenta considera as principais variáveis legais e pode ajudar você a identificar verbas que podem ter sido omitidas pela empresa.

Importante: Os valores mencionados neste artigo são exemplificativos e podem variar significativamente conforme cada caso específico. Recomendamos sempre buscar orientação jurídica especializada para análise individual da sua situação.

Como transformar violações em dinheiro garantido

Quando você identifica que suas verbas rescisórias foram calculadas incorretamente ou que existem direitos não pagos, é fundamental agir de forma estratégica para transformar essas violações em compensação financeira justa. O primeiro passo é documentar meticulosamente todas as irregularidades encontradas.

Reúna todos os documentos que comprovem seus direitos: holerites, carteira de trabalho, contratos, registros de ponto, e-mails, mensagens e qualquer evidência das violações identificadas. Quanto mais documentação você tiver, maior será sua chance de sucesso em uma eventual negociação ou ação judicial.

Calcule precisamente quanto a empresa te deve, incluindo juros e correção monetária sobre valores que deveriam ter sido pagos anteriormente. Esse cálculo detalhado será fundamental para negociar com a empresa ou para fundamentar uma ação na Justiça do Trabalho.

Procure primeiro resolver a questão administrativamente, apresentando seus cálculos e evidências para a empresa e solicitando o pagamento das diferenças devidas. Muitas empresas preferem resolver essas questões fora da Justiça para evitar custos maiores e exposição negativa.

Se a empresa se recusar a pagar ou oferecer um valor muito abaixo do devido, você pode procurar o sindicato da sua categoria para tentar uma mediação ou partir diretamente para uma ação na Justiça do Trabalho. A Justiça do Trabalho é muito eficiente em proteger trabalhadores que tiveram seus direitos violados, especialmente quando há evidências sólidas das irregularidades.

Lembre-se de que você tem até cinco anos após o término do contrato para reclamar verbas rescisórias não pagas ou calculadas incorretamente. No entanto, é sempre melhor agir rapidamente para evitar que evidências se percam e para receber logo o dinheiro que é seu por direito.

Perguntas Frequentes

Tire suas principais dúvidas sobre salário menor que o mínimo e seus direitos trabalhistas


As principais verbas são: saldo de salário, aviso prévio proporcional (30 a 90 dias), férias proporcionais + 1/3 constitucional, 13º salário proporcional, saldo do FGTS + multa de 40%, e seguro-desemprego. Além dessas, podem ser devidas outras verbas como férias vencidas em dobro, horas extras não pagas, adicionais de insalubridade/periculosidade, comissões não pagas, e indenizações por danos morais. O valor total pode variar de alguns milhares a dezenas de milhares de reais, dependendo do salário, tempo de serviço e violações ocorridas durante o contrato.

Compare o termo de rescisão com seus direitos: verifique se o aviso prévio considera 3 dias por ano trabalhado (máximo 90 dias), se as férias incluem o 1/3 constitucional, se o 13º é proporcional aos meses do ano, se a multa do FGTS é 40% sobre todo o saldo. Confira se foram incluídas horas extras habituais, comissões e adicionais na base de cálculo. Use nossa [calculadora trabalhista](/calculadora-rescisao-trabalhista) para comparar com os valores pagos. Se houver diferenças significativas, questione a empresa ou procure orientação jurídica.

Você tem até 5 anos após o término do contrato para reclamar verbas rescisórias não pagas ou calculadas incorretamente na Justiça do Trabalho. No entanto, é recomendável agir rapidamente: primeiro tente resolver administrativamente com a empresa dentro de 30 dias. Se não resolver, procure o sindicato ou advogado trabalhista. Quanto mais tempo passar, mais difícil pode ser reunir evidências e testemunhas. Além disso, agir rapidamente evita que você perca mais dinheiro se ainda estiver trabalhando na empresa.

Sim, você pode receber indenização por danos morais além das verbas rescisórias quando houver violações graves dos seus direitos durante o contrato ou na demissão. Situações que geram danos morais incluem: assédio moral, discriminação, condições degradantes de trabalho, negação sistemática de direitos, retaliações, demissão discriminatória, ou atraso no pagamento das verbas rescisórias. Os valores variam de R$ 3.000 a R$ 50.000 dependendo da gravidade. Os danos morais são cumulativos com as verbas rescisórias, representando compensação adicional pelos prejuízos sofridos.

A empresa só pode fazer descontos legais das verbas rescisórias, como INSS e Imposto de Renda quando aplicáveis, ou valores que você efetivamente deve (como empréstimos consignados ou vale-transporte não utilizado). Não podem ser descontados: uniformes, equipamentos de trabalho, treinamentos, multas por quebra de equipamentos (salvo dolo comprovado), ou aviso prévio quando você é demitido sem justa causa. Se você pede demissão e não cumpre aviso prévio, a empresa pode descontar o valor correspondente. Qualquer desconto indevido deve ser questionado e pode gerar direito a indenização adicional.

Sim, quando a empresa não concede suas férias dentro do prazo legal (12 meses após adquirir o direito), elas devem ser pagas em dobro na rescisão. Por exemplo, se você tem direito a R$ 4.000 de férias + 1/3 (total R$ 5.333), com o vencimento receberá R$ 10.666. Se tem múltiplos períodos vencidos, cada um é pago em dobro separadamente. Além do pagamento dobrado, férias vencidas podem gerar danos morais de R$ 5.000 a R$ 20.000, pois o direito ao descanso é fundamental. É uma das violações que mais compensam financeiramente para o trabalhador.

Para comprovar horas extras não pagas, reúna evidências como: registros de ponto (mesmo irregulares), e-mails enviados fora do horário, mensagens de trabalho no WhatsApp, testemunhas que presenciaram o trabalho extra, relatórios ou documentos produzidos fora do expediente, fotos do local de trabalho em horários extras. Se a empresa não controla adequadamente o ponto, isso já é irregularidade que favorece sua versão. Horas extras não pagas geram direito ao valor das horas + 50% de adicional + reflexos em 13º, férias e FGTS + possíveis danos morais, podendo totalizar R$ 15.000 a R$ 50.000 ou mais.

Ainda tem dúvidas sobre seus direitos trabalhistas?

CALCULAR MEUS DIREITOS GRÁTIS

Artigos Relacionados

Continue lendo sobre direitos trabalhistas

Capa do post: Direitos trabalhistas que seu chefe não quer que você conheça: Como garantir R$ 50 mil em verbas esquecidas

Direitos trabalhistas que seu chefe não quer que você conheça: Como garantir R$ 50 mil em verbas esquecidas

Descubra os direitos trabalhistas que seu empregador esconde de você e como transformar essas violações em até R$ 50 mil de indenização. Guia completo 2025.

Direitos Trabalhistas
Verbas Esquecidas
Capa do post: 13º salário proporcional: O dinheiro esquecido que você pode receber mesmo pedindo demissão - até R$ 5 mil

13º salário proporcional: O dinheiro esquecido que você pode receber mesmo pedindo demissão - até R$ 5 mil

Mesmo pedindo demissão você tem direito ao 13º proporcional! Descubra como calcular e garantir até R$ 5 mil que muitos trabalhadores perdem por desconhecimento.

Capa do post: Aviso prévio negado: Como transformar demissão irregular em 90 dias de salário garantido

Aviso prévio negado: Como transformar demissão irregular em 90 dias de salário garantido

Aviso prévio pode valer até 90 dias de salário! Descubra como transformar demissões irregulares em até 3 meses de indenização garantida. Guia completo 2025.