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Salário menor que o mínimo: Como denunciar e receber R$ 20 mil de indenização

Equipe Trabalho Justo

02 de julho de 2025

10 min de leitura


Você sabia que receber salário menor que o mínimo nacional não é apenas uma irregularidade trabalhista, mas sim uma violação grave dos seus direitos fundamentais como trabalhador? Se você está passando por essa situação neste exato momento, precisa entender que existe uma luz no fim do túnel e que a justiça brasileira tem mecanismos poderosos para proteger você e ainda garantir uma compensação financeira significativa pelos danos sofridos.

O salário mínimo nacional, estabelecido por lei federal, representa o piso salarial que todo trabalhador brasileiro tem direito de receber, independentemente da função que exerce ou do porte da empresa onde trabalha. Quando um empregador paga menos que esse valor, ele não está apenas descumprindo uma norma trabalhista, mas sim cometendo uma infração que pode resultar em consequências severas tanto na esfera administrativa quanto judicial.

A realidade cruel do salário abaixo do mínimo no Brasil

Infelizmente, milhares de trabalhadores brasileiros ainda enfrentam a dura realidade de receber remuneração inferior ao salário mínimo estabelecido por lei. Essa prática criminosa acontece principalmente em pequenos comércios, empresas familiares, trabalhos domésticos e setores onde a fiscalização é menos rigorosa. Muitos empregadores se aproveitam da necessidade dos trabalhadores e da falta de conhecimento sobre direitos trabalhistas para perpetuar essa exploração.

O que torna essa situação ainda mais revoltante é que, frequentemente, esses trabalhadores desempenham jornadas extensas, trabalham em condições precárias e ainda assim recebem uma remuneração que não consegue sequer cobrir suas necessidades básicas de sobrevivência. É uma violação dupla: primeiro dos direitos trabalhistas e segundo da dignidade humana.

Por que receber salário menor que o mínimo é inconstitucional

A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 7º, inciso IV, que todo trabalhador tem direito a um salário mínimo capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Esse não é um favor que o empregador faz, mas sim um direito fundamental garantido pela nossa Carta Magna.

Quando uma empresa paga salário inferior ao mínimo, ela está desrespeitando não apenas a legislação trabalhista, mas a própria Constituição brasileira. Isso significa que você, como trabalhador prejudicado, tem todo o aparato legal do país ao seu favor para buscar reparação e justiça.

Valor do salário mínimo em 2025 e seus direitos

É fundamental conhecer o valor atual do salário mínimo nacional para identificar se você está sendo prejudicado. Em 2025, todo trabalhador brasileiro tem direito a receber pelo menos o valor estabelecido por decreto federal, independentemente do tipo de trabalho que executa ou do tamanho da empresa onde trabalha. Qualquer valor inferior a esse piso constitui violação grave dos seus direitos fundamentais como trabalhador.

Como identificar se seu salário está abaixo do mínimo legal

Muitos trabalhadores não percebem imediatamente que estão recebendo menos que o salário mínimo, especialmente quando o empregador utiliza artifícios para mascarar essa situação. É fundamental que você saiba identificar os sinais de que seus direitos estão sendo violados.

Primeiro, compare o valor líquido que você recebe mensalmente com o salário mínimo vigente. Lembre-se de que descontos legais como INSS e Imposto de Renda são permitidos, mas o salário base registrado em carteira nunca pode ser inferior ao mínimo nacional. Se você trabalha meio período, o cálculo deve ser proporcional às horas trabalhadas.

Segundo, fique atento a práticas como pagamento "por fora", onde parte do salário é paga oficialmente e outra parte em dinheiro sem registro. Mesmo que a soma total seja igual ou superior ao mínimo, essa prática é irregular e prejudica seus direitos previdenciários e trabalhistas.

Terceiro, observe se existem descontos indevidos sendo aplicados ao seu salário, como taxas de uniforme, equipamentos de trabalho ou outras cobranças que não são permitidas por lei. Esses descontos podem estar fazendo com que seu salário líquido fique abaixo do mínimo legal.

Como denunciar salário menor que o mínimo: Passo a passo completo

Quando você confirma que está recebendo salário inferior ao mínimo, é hora de agir de forma estratégica e organizada. O primeiro passo é reunir todas as evidências possíveis da irregularidade. Isso inclui holerites, extratos bancários, contratos de trabalho, registros de ponto e qualquer documento que comprove a relação de emprego e os valores recebidos.

Documente também as condições de trabalho, horários cumpridos e qualquer comunicação com o empregador sobre o salário. Se possível, tenha testemunhas que possam confirmar sua situação. Quanto mais evidências você tiver, mais forte será seu caso.

Denúncia no Ministério do Trabalho: Telefone 158 e site gov.br

O próximo passo é procurar o Ministério do Trabalho e Emprego para fazer a denúncia formal sobre salário menor que o mínimo. Você pode fazer isso pessoalmente em uma Superintendência Regional do Trabalho, pelo telefone 158 (gratuito) ou através do site gov.br. A denúncia é completamente gratuita e pode ser feita de forma anônima se você preferir manter sua identidade protegida durante o processo inicial de fiscalização.

Simultaneamente, é altamente recomendável que você procure um advogado trabalhista especializado para avaliar seu caso e orientar sobre as melhores estratégias legais. Muitos advogados trabalham com honorários de êxito, ou seja, só recebem se você ganhar a causa.

Multas e penalidades para empregadores que pagam salário menor que o mínimo

Quando a fiscalização do trabalho constata o pagamento de salário inferior ao mínimo, as consequências para o empregador são severas e imediatas. A empresa será autuada e terá que pagar multa administrativa que pode variar de R$ 1.000 a R$ 10.000 por trabalhador prejudicado, dependendo do porte da empresa e da gravidade da infração.

Além da multa administrativa, o empregador será obrigado a regularizar imediatamente a situação, pagando as diferenças salariais devidas com correção monetária e juros. Se houver resistência ou demora no cumprimento, novas penalidades podem ser aplicadas.

Indenização de até R$ 20 mil por danos morais

Na esfera judicial, o empregador pode ser condenado a pagar indenização por danos morais, que frequentemente varia entre R$ 5.000 e R$ 20.000, dependendo do tempo de duração da irregularidade e das circunstâncias específicas do caso. Essa indenização é independente das diferenças salariais e tem caráter punitivo e compensatório. Os tribunais trabalhistas reconhecem que receber salário menor que o mínimo causa não apenas prejuízo financeiro, mas também constrangimento, humilhação e violação da dignidade humana do trabalhador.

Calculadora: Quanto você tem direito por salário menor que o mínimo

O cálculo dos valores devidos quando você recebe salário inferior ao mínimo envolve várias verbas que muitos trabalhadores desconhecem. Primeiro, você tem direito às diferenças salariais de todos os meses em que recebeu menos que o mínimo, com correção monetária e juros de mora.

Essas diferenças impactam diretamente no cálculo de outras verbas trabalhistas como 13º salário, férias com um terço constitucional, FGTS e horas extras. Isso significa que o valor total devido pode ser muito superior à simples diferença mensal multiplicada pelo número de meses.

Por exemplo, se você recebeu R$ 200 a menos que o salário mínimo durante 12 meses, não são apenas R$ 2.400 devidos. Esse valor se multiplica quando consideramos o impacto no 13º salário (mais R$ 200), nas férias com um terço (mais R$ 266), no FGTS (mais R$ 192) e em outras verbas proporcionais. Para calcular exatamente quanto você tem direito, utilize nossa calculadora trabalhista gratuita que considera todas essas variáveis automaticamente.

A importância crucial de agir rapidamente

O tempo é um fator crítico quando se trata de direitos trabalhistas. Embora você tenha até cinco anos após o término do contrato para reclamar verbas trabalhistas, quanto mais tempo passar, mais difícil pode ser reunir evidências e mais complicado se torna o cálculo dos valores devidos.

Além disso, agir rapidamente pode evitar que outros colegas de trabalho continuem sendo prejudicados pela mesma prática irregular. Sua denúncia pode ser o gatilho para uma fiscalização mais ampla que beneficie todos os trabalhadores da empresa.

Do ponto de vista estratégico, quanto mais cedo você buscar seus direitos, maior será sua capacidade de negociação e melhores serão as chances de um acordo favorável. Empregadores tendem a ser mais receptivos a negociações quando percebem que o trabalhador está bem informado e determinado a fazer valer seus direitos.

Proteção contra retaliações e demissões por justa causa

Uma preocupação comum entre trabalhadores que consideram denunciar irregularidades é o medo de retaliações por parte do empregador. É importante saber que a lei brasileira oferece proteção específica contra esse tipo de perseguição.

Se você for demitido após fazer uma denúncia trabalhista, essa demissão pode ser considerada discriminatória e resultar em indenização adicional para você. A jurisprudência trabalhista tem sido firme em proteger trabalhadores que exercem seus direitos de forma legítima.

Caso o empregador tente aplicar uma demissão por justa causa como forma de retaliação, será necessário que ele comprove de forma inequívoca a falta grave cometida. Simples alegações ou situações criadas artificialmente não são suficientes para sustentar uma justa causa perante a Justiça do Trabalho.

O papel fundamental da Justiça do Trabalho na proteção dos seus direitos

A Justiça do Trabalho brasileira tem uma tradição sólida de proteção aos direitos dos trabalhadores, especialmente em casos envolvendo salário inferior ao mínimo. Os juízes trabalhistas compreendem a vulnerabilidade da relação de emprego e tendem a ser rigorosos com empregadores que desrespeitam direitos básicos.

Nas varas trabalhistas, casos de salário abaixo do mínimo são tratados com prioridade e frequentemente resultam em decisões favoráveis aos trabalhadores. A jurisprudência é consolidada no sentido de que essa prática constitui não apenas descumprimento contratual, mas violação de direitos fundamentais.

Além das diferenças salariais e indenizações por danos morais, a Justiça do Trabalho pode determinar outras medidas como a correção imediata da situação para outros empregados e a aplicação de multas adicionais em caso de descumprimento das decisões judiciais.

Seus próximos passos para garantir justiça e reparação

Se você identificou que está recebendo salário inferior ao mínimo, não perca tempo. Comece imediatamente a documentar sua situação, reunindo todos os comprovantes possíveis. Procure orientação jurídica especializada para avaliar as melhores estratégias para seu caso específico.

Lembre-se de que você não está sozinho nessa luta. Existem órgãos públicos, sindicatos e profissionais especializados prontos para ajudar você a fazer valer seus direitos. O mais importante é não aceitar passivamente essa situação e tomar as medidas necessárias para garantir que a justiça seja feita.

Sua coragem em buscar seus direitos não apenas beneficiará você, mas também contribuirá para um mercado de trabalho mais justo e respeitoso com todos os trabalhadores brasileiros. É hora de agir e transformar essa situação de exploração em uma oportunidade de conquista dos seus direitos legítimos.

Perguntas Frequentes

Tire suas principais dúvidas sobre salário menor que o mínimo e seus direitos trabalhistas


Você tem até cinco anos após o término do contrato de trabalho para reclamar verbas trabalhistas na Justiça do Trabalho, incluindo diferenças salariais decorrentes de pagamento inferior ao mínimo. No entanto, é altamente recomendável que você aja o mais rapidamente possível, pois quanto mais tempo passar, mais difícil pode ser reunir evidências e documentos que comprovem sua situação. Além disso, agir rapidamente pode evitar que você continue sendo prejudicado e que outros colegas de trabalho passem pela mesma situação irregular.

Embora não seja automática, a indenização por danos morais é muito comum em casos de pagamento de salário inferior ao mínimo, especialmente quando a situação se prolonga por vários meses. Os tribunais trabalhistas reconhecem que receber menos que o salário mínimo causa não apenas prejuízo financeiro, mas também constrangimento, humilhação e violação da dignidade do trabalhador. Os valores de indenização por danos morais nesses casos frequentemente variam entre R$ 5.000 e R$ 20.000, dependendo do tempo de duração da irregularidade, das condições específicas do trabalho e do impacto causado na vida do trabalhador.

Embora não seja obrigatório ter um advogado para fazer a denúncia inicial no Ministério do Trabalho, é altamente recomendável buscar orientação jurídica especializada para garantir que todos os seus direitos sejam adequadamente protegidos. Um advogado trabalhista experiente pode orientar sobre as melhores estratégias, ajudar a calcular corretamente os valores devidos, acompanhar o processo de fiscalização e, se necessário, ingressar com ação judicial para buscar indenizações e diferenças salariais. Muitos advogados trabalham com honorários de êxito, ou seja, só recebem se você ganhar a causa, tornando o acesso à justiça mais democrático.

O cálculo dos valores devidos quando você recebe salário inferior ao mínimo é mais complexo do que simplesmente multiplicar a diferença mensal pelo número de meses trabalhados. Você tem direito às diferenças salariais com correção monetária e juros, mas essas diferenças também impactam no cálculo de outras verbas como 13º salário proporcional, férias com um terço constitucional, FGTS e suas multas, e até mesmo horas extras se houver. Por exemplo, se você recebeu R$ 300 a menos que o salário mínimo durante um ano, além dos R$ 3.600 de diferença salarial, você também tem direito a diferenças no 13º salário, nas férias e no FGTS, podendo totalizar um valor muito superior.

Se seu empregador se recusar a pagar as diferenças salariais após ser notificado pela fiscalização do trabalho, ele estará sujeito a penalidades ainda mais severas. Além das multas administrativas iniciais, podem ser aplicadas multas adicionais por descumprimento das determinações do Ministério do Trabalho. Nesse caso, será necessário buscar a Justiça do Trabalho para obter uma decisão judicial que obrigue o pagamento. A Justiça do Trabalho tem mecanismos eficazes para garantir o cumprimento de suas decisões, incluindo bloqueio de contas bancárias, penhora de bens e até mesmo a possibilidade de prisão civil em casos extremos de descumprimento.

Sim, você pode e deve denunciar mesmo trabalhando sem carteira assinada. Na verdade, trabalhar sem registro é uma irregularidade adicional que agrava ainda mais a situação do empregador. Quando há relação de emprego caracterizada (trabalho pessoal, não eventual, subordinado e mediante remuneração), o empregador é obrigado a registrar o trabalhador e pagar pelo menos o salário mínimo. A falta de registro não elimina seus direitos trabalhistas, pelo contrário, pode resultar em indenizações adicionais e multas mais severas para o empregador. Reúna todas as evidências possíveis da relação de trabalho, como mensagens, testemunhas, comprovantes de pagamento e horários cumpridos.

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